ALERTA: "Síndrome da Visão de Reels" preocupa especialistas em oftalmologia
- Giselle Souza
- May 20
- 2 min read

Durante o Congresso conjunto da Academia de Oftalmologia da Ásia-Pacífico (APAO) e da Sociedade Oftalmológica da Índia (AIOS), especialistas emitiram um alerta sobre uma nova epidemia silenciosa: danos oculares causados pelo consumo excessivo de reels e vídeos curtos.
Pesquisas apresentadas no evento demonstram que a exposição prolongada a conteúdos de formato breve em plataformas como Instagram, TikTok e YouTube está contribuindo para um aumento significativo de distúrbios visuais em todas as faixas etárias.
O Dr. Partha Biswas, presidente eleito da AIOS, denominou esse fenômeno como "Síndrome da Visão de Reels". Conforme explicou, a combinação de iluminação artificial, imagens de ritmo acelerado e foco prolongado em objetos próximos provoca uma superestimulação ocular, resultando em fadiga, dores de cabeça e potenciais danos permanentes.
Segundo o Dr. Harbansh Lal, o design envolvente dos vídeos curtos reduz a frequência de piscadas em até 50%, causando evaporação das lágrimas e condições de olho seco. Mais alarmante ainda é a constatação de que a acomodação visual — capacidade de alternar o foco entre objetos próximos e distantes — está sendo comprometida, o que pode levar à perda progressiva da visão.
Especialistas destacam que não estamos observando apenas um agravamento da acuidade visual, mas também flutuações no grau das lentes até os 30 anos, quando antes esse parâmetro se estabilizava por volta dos 21 anos.
Projeções globais indicam que, até 2050, mais de 50% da população mundial poderá desenvolver miopia, potencialmente acelerando casos de cegueira irreversível.
Medidas preventivas recomendadas incluem a regra 20-20-20 (a cada 20 minutos, olhar para algo a 20 pés de distância por 20 segundos), aumento consciente da frequência de piscadas, redução do tempo de tela e configurações ergonômicas adequadas.
Os reels podem ser breves e divertidos, mas seu impacto sobre nossa visão pode ser profundo e duradouro. Pequenas mudanças de hábito hoje podem preservar nossa saúde visual amanhã.



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